quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O PROFÉTICO GUEVARA


Eu sei! Eu sei!
Se sair daqui, o rio me engolirá...

É o meu destino: hoje devo morrer!

Mas não, a força de vontade pode superar tudo
Há obstáculos, eu reconheço
Não quero sair.
Se tenho que morrer, será nesta caverna.

As balas, o que podem as balas fazer comigo
se meu destino é morrer afogado? Mas vou
vencer o destino. O destino pode ser
conseguido pela força de vontade.

Morrer, sim, mas crivado de
balas, destroçado pelas baionetas, se não, não. Afogado não...
Uma recordação mais duradoura do que meu nome
É lutar, morrer lutando.

(Ernesto Guevara – 17 de janeiro de 1947)

CELIA DE LA SERNA


  1. Da Índia, Che escreve para a Mãe.
    "Querida Vieja: Meu velho sonho de visitar todos esses países agora ocorre de um modo que inibe toda a minha felicidade. Falar de problemas políticos e econômicos, dar festas onde a única coisa que falta é que eu vista um smoking, e pôr de lado meus mais puros prazeres, que seriam ir e ficar sonhando à sombra de uma pirâmide ou sobre o sarcófago de Tutancâmon. Ainda por cima estou sem Aleida, que não pude trazer por causa de um desses complexos mentais que tenho. O Egito foi um êxito diplomático de primeira ordem. As Embaixadas de países do mundo todos vieram à despedida que demos, e vi de perto como a diplomacia pode ser complicada quando o núncio apostólico apertou a mão do adido russo com um sorriso realmente beatífico. Agora a Índia, onde novas complicações protocolares produzem em mim o mesmo pânico infantil(para resolver como responder às saudações).

Agora que realmente se desenvolveu dentro de mim é uma noção do conjunto em contraposição ao pessoal. Continuo sendo o mesmo solitário que costumava ser, procurando minha trilha sem ajuda pessoal, mas agora possuo uma percepção do meu dever histórico. Não tenho nenhum lar, nenhuma mulher, nenhum filho, nem pais, nem irmãos, nem irmãs; meus amigos são meus amigos apenas enquanto pensarem politicamente como eu. E, no entanto, estou contente. Sinto algo na vida, não apenas uma poderosa força interior, que sempre senti, mas também o poder de instilar em outros, e um sentimento absolutamente fatalista de minha missão, que me despe de qualquer medo.

Não sei por que estou lhe escrevendo isso, talvez sejam apenas saudades de Aleida. Tome-a como é. Uma carta escrita numa noite de tempestade nos céus da índia, longe da minha pátria e dos meus entes queridos. Um abraço grande para todos, Ernesto".

domingo, 24 de janeiro de 2010

NACIONALIDADE


NASCI NA ARGENTINA; NÃO É SEGREDO PARA NINGUÉM. SOU CUBANO E TAMBÉM SOU ARGENTINO E, SE NÃO SE OFENDEREM ILUSTRÍSSIMOS SENHORES LATINO AMERICANOS, ME SINTO TÃO PATRIOTA DA AMÉRICA LATINA, DE QUALQUER PAÍS DA AMÉRICA LATINA, COMO QUALQUER OUTRO E, NO MOMENTO EM QUE FOSSE NECESSARIO, ESTARIA DISPOSTO A ENTREGAR MINHA VIDA PELA LIBERTAÇÃO DE QUALQUER UM DOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS, SEM PEDIR NADA A NINGUÉM, SEM EXIGIR NADA, SEM EXPLORAR NINGUÉM.

domingo, 10 de janeiro de 2010

POESIAS


Eu sei! Eu sei! Se sair daqui, o rio me engolirá...
É o meu destino: hoje devo morrer!
Mas não, a força de vontade pode superar tudo
Há obstáculos, eu reconheço
Não quero sair.
Se tenho que morrer, será nesta caverna.
As balas, o que podem as balas fazer comigo
se meu destino é morrer afogado?
Mas vou vencer o destino.
O destino pode ser conseguido pela força de vontade.
Morrer, sim, mas crivado de balas, destroçado pelas baionetas, se não, não. Afogado não... Uma recordação mais duradoura do que meu nome
É lutar, morrer lutando. (Ernesto Guevara – 17 de janeiro de 1947)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

REVOLUCIONÁRIO


· "Devo dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor. È impossível pensar num autêntico revolucionário sem esta qualidade. Talvez seja um dos grandes dramas do dirigente; este deve unir a um espírito apaixonado uma mente fria, e tomar decisões dolorosas sem que nenhum músculo se contraia. Os nossos revolucionários de vanguarda têm de idealizar esse amor aos povos, ás causas mais sagradas e torná-lo único indivisível. Não pode mostrar sua pequena dose de carinho cotidiano tal como o faz o homem comum"

· “O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de generosidade; é impossível imaginar um revolucionário autêntico sem esta qualidade”.

O DEVER DE UM REVOLUCIONARIO É FAZER A REVOLUÇÃO

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O QUE DEVE SER O JOVEM COMUNISTA

O QUÊ DEVE SER UM JOVEM COMUNISTA? Ernesto CHE Guevara
(Conferência pronunciada na Uniom de Jovens Comunistas em 20 de Outubro de 1962 e publicado em Verde Olivo, ano 3, nº 43, 28 de Outubro de 1962).
Quero formular agora, companheiros, qual é a minha opiniom, a visom de um dirigente nacional das ORI, do que é que deve ser um jovem comunista, a ver se estivermos de acordo todos.
Eu acho que o primeiro que deve caracterizar um jovem comunista é a honra que sente por ser um jovemcomunista. Essa honra que o leva a mostrar perante todo o mundo a sua condiçom de jovem comunista, que nom o vira para a clandestinidade, que nom o reduz a fórmulas, mas que o exprime a cada momento, que lhe sai do espírito, que tem interesse em demonstrá-lo porque é o seu símbolo de orgulho.
Junto disso, um grande sentido do dever para a sociedade que estamos a construir, com os nossos semelhantes como seres humanos e com todos os homens do mundo. Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Ao pé disso, umha grande sensibilidade ante todos os problemas, grande sensibilidade face à injustiça. Espírito inconforme cada vez que surge algo que está mal, tenha-o dito quem o dixer. Pôr em questom todo o que nom se perceber. Discutir e pedir aclaraçom do que nom estiver claro. Declarar a guerra ao formalismo, a todos os tipos de formalismo. Estar sempre aberto para receber as novas experiências, para conformar a grande experiência da humanidade, que leva muitos anos a avançar pola senda do socialismo, às condiçons concretas do nosso país, às realidades que existem em Cuba. E pensar -todos e cada um- como irmos mudando a realidade, como irmos melhorando-a.

CHICHINA


“Sei que a amo e o quanto a amo, mas não posso sacrificar minha liberdade interior por você; significa sacrificar a mim mesmo, e eu sou a coisa mais importante que há no mundo, como já lhe disse.”

“Além disso, uma conquista feita com base em minha presença constante eliminaria grande parte de minha atração por você. Você seria a presa capturada após a luta [...] nossa primeira cópula seria um cortejo triunfal em homenagem ao vencedor, porém sempre haveria o fantasma de nossa união dentro e fora dela, porque, sim, porque era a coisa mais correta ou exótica a fazer.”

“Eu lia e relia a inacreditável carta. Assim, de um golpe, desmoronaram todos os sonhos de retorno, condicionados aqueles olhos que me viram partir de Miramar e sem nenhum motivo aparente [...] era inútil insistir.”

“O presente em que nós dois vivemos um flutuando entre uma admiração superficial e laços mais profundos que a ligam a outros mundos, outro em um carinho que acredita ser profundo e uma sede de aventura e novos conhecimentos que invalida o amor.”

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DIÁRIOS DE MOTOCICLETA


“A pessoa que tomou estas notas morreu no dia em que pisou novamente o solo argentino. A pessoa que está reorganizando e polindo essas mesmas notas, eu, não sou mais eu, pelo menos não sou o mesmo que era antes. Esse vagar sem rumos pelos caminhos de nossa Maiúscula América me transformou mais do que me dei conta.”

Agora eu os deixo em companhia de mim, do homem que eu era.

ÓDIO DA CIVILIZAÇÃO


Dou-me conta de que algo que estava crescendo dentro de mim a algum tempo(...) está amadurecendo. É o ódio da civilização, da imagem absurda das pessoas se movendo como loucos ao ritmo desta tremenda barulheira que me parece como a antítese odiosa da paz